Capítulo 1 – A Noite Começa
Laura trabalhava como designer e morava sozinha em um pequeno apartamento no centro da cidade. Após um longo dia de trabalho, decidiu encontrar os amigos para um jantar. A noite foi leve, divertida, e o tempo passou rápido demais. Quando deu por si, já era tarde.
“Vou pedir um Uber”, disse, abrindo o aplicativo no celular. Em poucos segundos, um motorista aceitou a corrida: Cláudio – Toyota Preto – Placa XYZ 8742.
Despediu-se dos amigos e foi para a calçada, olhando ao redor. O movimento da cidade já havia diminuído, e as ruas estavam mais vazias. Logo um carro preto parou na frente dela. Sem pensar muito, entrou e disse:
— Boa noite! Para a Rua São Vicente, certo?
O motorista não respondeu. Apenas deu um leve aceno com a cabeça e começou a dirigir.
Foi aí que Laura sentiu um pequeno incômodo. O interior do carro estava escuro, e um cheiro estranho impregnava o ar. Algo como madeira queimada ou… ferro? O painel do carro tinha fitas isolantes cobrindo parte dos botões, e não havia identificação do Uber no para-brisa.
Mas o que realmente fez seu coração acelerar foi perceber que o motorista não seguia o caminho correto.
Capítulo 2 – O Caminho Errado
Laura abriu o aplicativo e viu que o carro estava indo para uma direção completamente diferente da esperada.
— Senhor, acho que estamos indo pelo caminho errado… – sua voz vacilou.
O motorista permaneceu em silêncio, os olhos fixos na estrada.
A essa altura, o medo começou a tomar conta dela. Engoliu em seco e tentou agir naturalmente.
— Acho que houve um engano… Vou cancelar a corrida, tudo bem? Pode me deixar aqui mesmo.
O homem finalmente falou, e sua voz era fria, sem emoção.
— Não. Já estamos quase lá.
Quase onde?! O estômago de Laura se revirou. Ela tentou disfarçar e, lentamente, deslizou a mão para o botão da maçaneta. Mas quando puxou para abrir a porta… estava trancada.
O pânico tomou conta. Ela estava presa.
Capítulo 3 – O Plano de Fuga
Tentando não demonstrar desespero, Laura olhou pela janela. Estavam entrando em uma área afastada, um bairro quase sem iluminação. As ruas estavam vazias.
Tentou abrir o aplicativo do Uber, mas a corrida não aparecia mais. Não havia nenhum trajeto em andamento. Era como se… ela nunca tivesse entrado naquele carro.
Seu coração batia acelerado. Ela precisava fazer algo. Rápido.
Inspirou fundo e pensou: se eu demonstrar pânico, posso não ter chance de reagir.
Com os olhos fixos na tela do celular, digitou uma mensagem rápida para seu melhor amigo, Pedro:
📍**”Pedro, me ajuda. Estou no Uber errado. Placa preta, Toyota. Motorista estranho. Indo sentido bairro Vila Nova.”**
Mas quando apertou o botão de envio… sem sinal.
Ela sentiu o suor escorrer pela testa. O motorista dirigia mais rápido agora, e as ruas eram desconhecidas. Se não fizesse algo agora, talvez não houvesse depois.
Capítulo 4 – A Decisão Final
Laura pensou rápido. Se o carro estava trancado por dentro, a única chance era atrair atenção.
Esperou até que um sinal fechasse e, sem pensar duas vezes, começou a bater desesperadamente no vidro e gritar:
— SOCORRO! ME AJUDA! SOCORRO!
O motorista rosnou:
— Pare com isso.
Mas foi tarde demais. O barulho chamou atenção de um motociclista que estava parado ao lado do carro. O homem franziu a testa e gritou:
— Ei, tá tudo bem aí dentro?
Foi a oportunidade que Laura precisava. Com o momento de distração do motorista, ela pegou o celular e bateu com toda força na janela. O vidro rachou, e ela continuou, agora gritando ainda mais alto.
— SOCORRO! ELE QUER ME LEVAR! ME AJUDA!
O motociclista sacou o celular e começou a gravar. Outras pessoas começaram a olhar. O motorista, percebendo que não poderia mais continuar, pisou no freio bruscamente e destrancou a porta.
— Sai logo.
Laura não pensou duas vezes. Pulou para fora e correu o máximo que pôde.
O motociclista se aproximou.
— Você está bem? Chama a polícia agora!
Ela pegou o celular com mãos tremendo, mas antes que conseguisse ligar… o carro arrancou e sumiu na escuridão.
Capítulo 5 – O Que Sobrou Foi o Medo
Laura chamou a polícia e explicou tudo. Tentaram rastrear o motorista, mas o carro que ela descreveu não tinha registro de Uber. A placa que ela conseguiu memorizar? Não existia.
Era como se o homem nunca tivesse estado ali. Como se ela tivesse entrado em um carro fantasma.
Por dias, ela teve pesadelos. O barulho da porta trancando, o cheiro estranho, a voz fria do motorista.
Mas o pior veio quando recebeu uma mensagem anônima no celular.
“Você teve sorte. Mas eu sempre volto para buscar quem escapa.”
A polícia nunca descobriu quem era o motorista. Mas Laura nunca mais pegou um Uber sem verificar duas vezes a placa e o motorista.
E você… tem certeza que sempre entra no carro certo?