Alice sempre foi uma mulher determinada. Criada com dificuldades, enfrentou desafios que fariam muitos desistirem. Mas foi ao se apaixonar que conheceu seu maior pesadelo. Esta é a história de como uma decisão errada a levou ao limite da própria sanidade.


Meu nome é Alice, tenho 43 anos e uma vida cheia de altos e baixos. Venho de uma família humilde, onde minha mãe engravidou cedo e se casou com meu pai por obrigação. Infelizmente, ele era exatamente o que a família dela previa: um marido ausente e agressivo. Quando eu tinha apenas quatro anos, minha mãe decidiu fugir daquele inferno e nos levou para Minas Gerais, onde me criou sozinha.

A ausência paterna não me impediu de lutar por uma vida melhor. Aos 23 anos, atravessei a fronteira pelo México e cheguei aos Estados Unidos, buscando um recomeço. Apesar dos desafios, conquistei estabilidade, um lar e, acima de tudo, o amor. Conheci meu primeiro marido, o homem que considerei o amor da minha vida. Casamos e tivemos um filho lindo. Mas a tranquilidade foi passageira. No primeiro mandato de Trump, o medo da deportação nos assombrou. Meu marido insistiu que eu voltasse ao Brasil com nosso filho, prometendo que viria depois. Mas ele nunca veio. Em menos de seis meses, estava com outra mulher e pediu o divórcio.

Parti meu coração em pedaços, mas segui em frente. Dois anos depois, conheci Romeu. E foi aí que minha vida desmoronou de vez.

Romeu parecia perfeito: viúvo, pai dedicado, homem de posses. Mas a ilusão se desfez rapidamente. O carro luxuoso que ele dirigia era alugado e estava atrasado no pagamento. O aluguel de onde morava também estava pendente. Descobri ainda que ele devia pensão a um filho que ele sequer mencionara. Todos os sinais estavam ali, piscando em vermelho. Mas eu ignorei.

Quando ele teve que deixar a casa onde morava, abriu o jogo: não tinha para onde ir. Com pena, aceitei que ele se mudasse para minha casa. O erro começava ali. Decidimos abrir um negócio juntos, mas o investimento saiu todo do meu bolso. O dinheiro evaporou e eu nunca vi um centavo de volta. Quando percebi, estava sustentando um homem que me sugava aos poucos.

Cansada do Brasil, decidi tentar Portugal. Romeu insistiu em ir comigo. “Vou trabalhar e devolver tudo”, prometeu. Paguei as passagens dele e do filho. Três anos depois, ainda estou esperando.

Romeu nunca retribuiu um centavo. Ele controlava o dinheiro que eu levava, enquanto eu não tinha um tostão no bolso. Eu trabalhava sem parar como faxineira em hostels, enquanto ele “tirava 40 dias de férias” no ano. Era eu quem colocava comida na mesa. Era eu quem sustentava a casa. E ainda assim, ele me tratava como se eu fosse um estorvo, uma débil mental.

A relação chegou ao ponto em que ele decidia o que eu podia ou não fazer, quanto tempo eu podia trabalhar, qual serviço eu deveria aceitar. Aos poucos, eu me vi presa, exausta e sem saída. Eu não tinha forças para lutar contra ele, mas tampouco conseguia imaginar um futuro ao lado de um homem que me sugava como um parasita.

A verdade estava diante dos meus olhos o tempo todo: Romeu nunca foi um parceiro. Ele foi um peso, um atraso, uma ancora me puxando para o fundo. Se eu não me libertasse, eu afundaria com ele.

A resposta era simples. E estava na minha frente desde o primeiro momento: eu precisava abandoná-lo.

Agora, eu pergunto a vocês: quantas de nós se agarram a relações destruídoras por medo da solidão? Quantas ignoram os sinais, acreditando em promessas vazias? Quantas se sujeitam a viver ao lado de um homem que não faz nada além de arrastá-las para o buraco?

Esta é minha história. E meu grito de alerta para todas as mulheres que, como eu, já se viram presas a um homem que nunca deveria ter entrado em suas vidas.

O momento de sair é agora. Antes que seja tarde demais.

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